Porque sem ele, não teríamos saído da Idade da Pedra. Com amor, respeito e opinião tudo se resolve, tudo evolui...

01
Nov 12

Mudança, aquilo que faz com que a nossa vida seja interessante. Nem sempre boas, por vezes más, fazem-nos lutar, sonhar, esforçar. Dão-nos alegrias, tristezas e desconfianças. Mas no fundo, fazem-nos viver. Este blog é um bom exemplo disso. Estive a rever os textos e com eles, as mudanças na minha vida. Casei, mudei de trabalho, emigrei, tive uma linda filha, estive desempregado noutro país, aprendi outro idioma, trabalhei de novo até chegar a este dia, infelizmente outra vez desempregado. Durante este tempo, também os visuais foram mudando. De um jovem de cabelo comprido que fazia parte de um grupo folclórico, fui-me transformando num adulto já com quase 32, com a pele mais gasta, com mais calos nas mãos e mais uns cabelos brancos. Do blog se poderá dizer o mesmo, de simples a negro, até chegar a este efeito de pedra e água. Também os amigos vão mudando, uns desaparecendo, outros aparecendo, outros mantendo, também eles experimentando mudanças na vida.

 

Todas as mudanças fazem parte da minha experiência, do meu ensinamento. Delas, sonhos foram destruídos ou adiados, outros criados e alguns alcançados. Fazem parte da vida, que nos molda, que nos leva a agir, nem sempre com as melhores decisões. Mudar é viver, é sentir, aprender, sonhar. Como tal, estou vivo, a sentir, a aprender, a sonhar, o que por outro lado me faz desejar mais mudança. Vou fazendo algumas, talvez mais agora, que estou por casa. Abri uma página de ajuda aos emigrantes na Holanda no Facebook, vou escrevendo mais uns artigos no blog (é verdade, já estava a ficar abandonado), vou tentar também mudar o visual que este já é antigo. Tenho também alguns projectos de escrita em mente, um deles muito querido no qual me aplico com mais afinco. Na família, quero mais crianças cá em casa, a chatearem-me a cabeça, a darem-me felicidade. Quero mais amor de todos, inclusive de mim mesmo, quero mais sonhos realizados, mais vontade de alcançar. Talvez continue os estudos do idioma, tire mais um curso porque para mim, o saber não ocupa lugar, mas como ocupa tempo, tenho de ver a disponibilidade. Profisionalmente... bem, a melhor mudança que me podia acontecer agora era arranjar trabalho. Sinto-me impelido a procurar mudança, a ocupar a mente com algo, não gosto de ficar à espera que a mudança aconteça por si própria.

E que bom era que o mesmo se passasse  com o país, com a sociedade, com os valores, com a politica.

 

Vamos mudar gente? Vamos pelo menos fazer o esforço? A vida precisa de seguir, o país de evoluir e o Mundo de se tornar um sitio melhor e isso só poderá acontecer com mudanças. Boas e más, todas fazem parte do mundo. Das boas, devemos seguir o exemplo, das más, a lição que nos deixaram. Estou para aqui a escrever e já nem sei se digo coisa com coisa. Mas uma coisa digo... Da mudança ninguém nos livra, queiramos ou não.

publicado por Alvaro Faustino às 23:41
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            Regressei antes da Passagem de Ano e logo no dia 3 de Janeiro, no primeiro dia útil do ano, recomecei o trabalho nas limpezas e alguns trabalhos de preparação das estufas para a temporada seguinte. Não era trabalho que gostasse muito, sempre gostei de trabalhos mais técnicos, mas era o que estava disponível e assim permaneci durante mais algumas semanas até que surgiu a oportunidade de mudar de área. Iria começar a trabalhar em demolições de estufas.

            Assim comecei a minha nova tarefa juntamente com a condução. O trabalho era outro, a área diferente, mas a responsabilidade do transporte mantinha-se. Comecei como um simples trabalhador, em que a única coisa que tinha de fazer era separar metais, juntar material, empacotar vidro, limpar o terreno, etc… mas o que custava era o clima. Trabalhei à chuva, ao frio, no meio de lama, por vezes até ao joelho, a doer o corpo devido à dureza do trabalho, ao peso dos materiais a ganhar pouco mais do que aquilo que estava, mas com um horário de trabalho mais longo, das 7h00 ás 17h00, trabalhando também Sábados até ás 12h00 e aproveitando as tardes para abastecer a dispensa e descansar um pouco e os Domingos passados a conhecer o país quando não tinha trabalhos de condução ao fim de semana. Aproveitava todas as horas possíveis para mostrar o meu valor e na esperança da estrelinha da sorte brilhar.

            Houve assim um dia, passados uns 7 meses, que por falta de um colega de trabalho que resolveu não aparecer ao serviço, ser-me dada a hipótese de trabalhar numa plataforma de demolição como auxiliar, desmontar ou demolir as janelas das estufas, os vidros, as caleiras, as grades metálicas de sustentação. O patrão gostou do que viu e assim, mesmo antes do inicio do Inverno, troquei o trabalho no chão pelo de plataforma. Até que um dia, os nossos amigos, com quem partilhávamos a habitação da empresa, mudam de casa e de empresa. Por algum tempo, eu e a minha esposa vivemos sozinhos numa casa com 4 quartos, mas as coisas mudaram rapidamente. A “invasão polaca” estava a começar e as empresas de trabalho temporário começaram a preferir a mão-de-obra polaca e então começamos a partilhar a casa com polacos. O ambiente tornou-se pesado, desconfiado e sem sossego. Bebiam, fumavam droga, música alta, soube de casos em que roubavam os companheiros na ausência. Era impossível descansar e até mesmo trabalhar sem preocupações. Não era ambiente para começar uma nova vida e muito menos formar família.

            Tomamos a decisão de procurar casa, até porque com habitação da empresa estávamos sujeitos às suas ordens. Uma casa própria dava-nos mais liberdade de procurar trabalho e a inscrição na Gemeente, passo muito importante para ter direitos como cidadão e trabalhador na Holanda. Encontramos uma casa na zona, o que era bom. Charlois era um distrito da cidade que conhecíamos bem, onde estavam as lojas, os transportes. Tínhamos dois quartos, a sala, cozinha e casa de banho, uma pequena varanda e aquecimento em todas as divisões por 400 Euros mensais de renda. Aceitamos, assinamos contracto e ficamos com a papelada necessária para a inscrição na Gemeente. O pior é que os meses foram passando, os problemas aparecendo e aceitação da Gemeente da nossa inscrição… nada. E para ajudar à situação, não sabíamos a quem recorrer para nos ajudar.

publicado por Alvaro Faustino às 21:29

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