Porque sem ele, não teríamos saído da Idade da Pedra. Com amor, respeito e opinião tudo se resolve, tudo evolui...

03
Out 10

Ventos sim, mas não amenos. Muitos já falam em ventos ciclónicos na Holanda. Mais um país que se junta aos que já tem partidos de extrema-direita no Governo. Mas aqui ganharam muita força. Não que ganhassem a maioria necessária para governar sem coligações, mas mesmo assim com força suficiente para ditar as leis.

 

A orientação do partido PVV (Partido para a Liberdade do Povo, numa tradução mais directa) para já é contra os milhões de muçulmanos que aqui vivem e trabalham. Turcos e marroquinos em maioria e outros países muçulmanos em menor número, serão os primeiros a levar com as leis que proíbem as burcas em locais públicos, entre outras. Ganha também voto no Parlamento Europeu, onde pode votar contra a entrada da Turquia na UE. Autor de um filme onde compara o Al-Corão ao Mein Kampf de Hitler e o acusa de ser um livro fascista, faz dele uma pessoa odiada pela comunidade muçulmana. Felizmente o filme foi proibido no país, mas mesmo assim o medo de tumultos, tal como aconteceu aquando da publicação das caricaturas de Maomé na Dinamarca, está bem presente.

 

 

Geert de Wilders, dirigente e deputado do PVV

 

Eu e a minha mulher, para já ainda não nos sentimos prejudicados com esta pintura no Parlamento, mas não sei, algo me diz que vem aí tempos perigosos. Em principio não estaremos impedidos de aqui viver e trabalhar. O estatuto de Europeu da União, o facto de não sermos muçulmanos, o esforço pela integração com a aprendizagem da língua, a inscrição nas autoridades governamentais e o cumprimento dos deveres que daí advêm, dá-nos alguns direitos, mas mesmo assim...

 

A questão nem se trata da proibição das burcas aos muçulmanos, que a nós por motivos óbvios não nos incomoda, mas sim ao sentido de revolta e consequente insegurança que aí vem. Todos sabem o fanatismo que existe nesta religião em que alguns a levam ao extremo. Todos sabem dos problemas aqui vividos nos aeroportos nos últimos tempos, com ameaças de bomba nos aviões, aeroporto, suspeitas de terroristas, etc. Todos se lembram dos problemas vividos na França também por causa da proibição das burcas, inclusive os das últimas semanas com as ameaças de bomba na Torre Eiffel. E acima de tudo, notícia de hoje nas televisões, o aviso dos serviços secretos americanos e europeus sobre a eminência de um atentado terrorista em solo europeu.

 

Felizmente o nosso país é bom nestas coisas, mas não nos dá estabilidade financeira. E que revolta que tenho por causa disso. Em Portugal vivemos constantemente apertados e aqui passamos a viver sobressaltados. Venha o Diabo e escolha. Temos de aprender a viver noutra realidade, perigosa, porque mesmo assim vou escolhendo viver por aqui. 

Não se pode ter tudo.

publicado por Alvaro Faustino às 16:29
sinto-me: hummm

02
Set 10

A procura por trabalho começou a dar frutos. Ainda hoje me telefonaram para um trabalho, mas infelizmente ainda há um problema.

O anterior trabalho dava-me transporte para os locais de trabalho e devido a isso nunca precisei de comprar um carro aqui, mas agora tudo mudou.

 

Tirando uma ou outra empresa maior, quase todos pedem agora transporte próprio e por isso tenho de meter os pés ao caminho e as mãos na carteira para comprar um carro pequenito, para não dar muitos gastos e fazer um seguro para ele.

 

E o seguro é outro problema, pois a minha carta de condução ainda é a portuguesa. Não que não possa fazer seguro ou conduzir aqui, pois a carta é válida para toda a UE, mas as companhias de seguro cobram mais caro por isso.

A solução será comprar na mesma o carro já e tentar fazer um seguro pela internet, que também já andei a investigar e a fazer simulações,  a ver se o problema da carta passa ao lado. Se assim conseguir não tenho tantos problemas monetários com o seguro e depois, com mais tempo, troco-a.

 

Tem de ser já. Este mês, de preferência nestes próximos 15 dias, tenho de ter carro, seguro e trabalho, pois a minha vida vai mudar e de que maneira nos próximos meses. Só espero que tudo seja pelo bem e pelo melhor.

publicado por Alvaro Faustino às 15:43

02
Jul 10

Epá que estes gajos ás vezes são mesquinhos até mais não.

Como sabem, estou sem trabalho e como qualquer pessoa que trabalhou legalmente, tenho direito ao fundo de desemprego. Mas há um senão, ou falas a língua ou estás tramado, porque quando é para puxar direitos que tenhamos, aí já ninguém fala inglês. Apenas holandês.

 

Ok ando na escola a aprender, mas ainda me é difícil perceber o que eles dizem, ainda para mais pelo telemóvel. Mas vá lá, parece que me desenrasquei.

Agora tenho que tirar as cópias dos documentos que pediram. Mais um monte de folhas...

 

publicado por Alvaro Faustino às 13:43

28
Mar 10

O sol aquece-nos enquanto caminhamos pela rua, fazem os verdes dos jardins brilhar com mais intensidade, o nosso olhar desvia-se para a palete de cores que se começa a desenhar pelos campos e parques. Ao longe uma nuvem escura aproxima-se do resplandecente sol, tapando-o por breves momentos e obrigando-nos a apertar os fechos dos casacos. Os 15 graus ainda não são suficientes para nos manterem quentes, até porque o vento ainda é fresco.

 

Atchim.

Mais um lenço se vai. E enquanto isso começam a abrir-se guarda-chuvas. A escura nuvem traz consigo chuva. Um aguaceiro cai, mas logo o sol aparece de novo e outro mundo se abre para os nossos olhos.

Tal como diamantes, brilhantes e mostrando cores imensas, as gotas de chuva que escorrem pelas folhas e ervas, transportam-nos para um mundo cheio de riqueza e vida. É a Primavera que chega e nos ilumina a alma que já precisava depois de um rigoroso Inverno que já lá vai.

 

Venha ela e nos traga aquilo que a Natureza tem de melhor. O desabrochar da vida começa como um arco-íris depois de uma chuvada.

publicado por Alvaro Faustino às 12:04
sinto-me:

14
Mar 10

Ninguém sabe dizer o que nos reserva o futuro. Esta semana andei a pensar nisso. Que será de mim, o que estarei a fazer, como me sentirei, como serei. Será mesmo isto que quero? Não sei. Neste momento ando com algumas dúvidas em relação a isso. Por isso mesmo mentalizei-me que a escola é uma porta que se abrirá quando acabar. Outras oportunidades estarão ao alcance, pelo menos assim espero.

Também me mentalizei que não adiantará pensar muito nisso. Se faço planos para o futuro? Claro que sim, tal como a maioria de nós. Mas também me limito viver um dia de cada vez. Evidentemente que luto para alcançar os meus objectivos, mas faço-o na base de um dia de cada vez, sem querer prejudicar ninguém ou fazer inimigos.

 

Sou assim, não há nada que possa fazer. Sim poderia mudar, mas será que isso me faria sentir melhor? Até hoje tenho feito assim e tem dado resultado, será assim tão importante mudar de atitude?

 

Temos trabalho, temos casa, temos poupança, sentimo-nos cansados mas realizados. Não vale a pena mudar isso, pelo menos enquanto não se acabar a escola.

Tudo isto vem de uma conversa que me fez um clique.

Falávamos com uma pessoa através do messenger acerca das línguas que falava e de conhecimentos que tinha. Disse que falava cinco línguas e considero-me uma pessoa culta.

 

- O que andas então a fazer a colocar "barracos" (referindo-se ás estufas) abaixo? - disse essa pessoa.

 

E mesmo esta semana, um colega de trabalho me fez a mesma pergunta quando se apercebeu que falava holandês para o chefe, inglês para um colega polaco e espanhol para um colega que me tinha telefonado. Outro clique se fez.

 

Coincidência ou não, esta era a segunda vez que me faziam a mesma pergunta nesta semana.

Que se acabe a escola rapidamente para ver que portas se abrirão. O clique está dado e a pergunta lançada:

 

- Que raio ando eu a fazer a colocar estufas abaixo?

publicado por Alvaro Faustino às 12:22
sinto-me: duvidoso

17
Out 09

É incerto, sem dúvida, mas também é previsível, conforme as atitudes que vamos tendo e percebendo dos outros. A soma disto tudo, leva-me a ter a sensação que o próximo ano será um tanto diferente e muito, muito incerto.

 

Portugal é o que se sabe com as últimas eleições e seu resultado. Um governo que não prima pelo diálogo e em minoria no parlamento. A oposição também é o que se sabe, faz aquilo que é mais fácil. Ser contra as medidas do partido no poder. Até poderá ser a medida mais correcta e justa, mas são contra por serem oposição.

 

Holanda está a ser "invadida" pelos novos países da União. As empresas estão com a confiança em baixo. Cada vez é mais difícil estar com um trabalho certo. E quem o perde, tem de concorrer com estes novos países que aceitam mais por menos. O governo está a começar a tomar medidas para combater a "invasão" destes países, tornando mais difícil a vida de quem já aqui estava.

 

A coisa boa que tenho a meu favor é a já legalização consumada á já algum tempo, mas neste momento estou preocupado com a chegada do final do meu contrato. três anos estão a acabar e vejo que a empresa não está a passar ninguém para os quadros. É difícil encontrar um bom trabalho, pago conforme o justo.

 

Sei também que noutros países europeus as coisas também não estão fáceis, pelo que tenho lido noutros blogues de emigrantes que tenho encontrado. É uma crise que já está a acabar, mas como disse um economista, só a iremos sentir socialmente depois dela passar, num momento que ninguém esperará, uma vez que será numa altura em que a economia estará a crescer.

 

É lutar pela vida, porque voltar ainda está fora de questão. Tracei um plano de vida neste lugar, quero cingir-me a ele o mais possível, porque o futuro no meu país, infelizmente, é mais incerto.

publicado por Alvaro Faustino às 22:23

15
Set 09

Ou melhor. Foi mais um dois em um, pois compareci á consulta onde o resultado foi bom. Não óptimo, mas bom. Conseguimos mudar alguns hábitos nestes últimos três meses, mas continuamos com uma atitude de mudança. O que agradou ao especialista, pois mostramos força de vontade para gerar e criar um filho(a) em condições saudáveis. O segundo passo veio meio de surpresa, mas também é óptimo para a nossa total integração na sociedade. A escola e a aprendizagem de uma segunda língua (no meu caso quinta) está encaminhada. A marcação para a entrevista está marcada para apurar se temos lugar e em que base começamos.

 

Ou seja. Tudo a andar para a frente.

 

O que também me deixa assustado, porque geralmente quando as coisas andam assim, trazem água no bico. A ver vamos. Eu cá estou para enfrentar os problemas.

 

P.S. Resumindo, hoje "preguei-lhe o tiro".

publicado por Alvaro Faustino às 17:28
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13
Set 09

Sinto o tempo a mudar. Vejo as cores verdes e floridas a serem substituidas  por outras. Tons de vermelho e castanho. Olho para o céu e vejo bandos de aves em viagem para terras mais quentes. Levam com elas as suas crias jovens nascidas aqui. Nota-se nos animais a preparação para a época que está a chegar. Os tempos mudam neste ciclo anual e repetitivo. E nós também mudamos com ele, embora inconscientemente. Oficialmente, ainda estamos no Verão, mas dentro de alguns dias entraremos noutra estação: o Outono está a chegar e com ele os dias mais curtos e frios. Húmidos e ventosos. Onde as folhas com cores mudadas são arrancadas a quem lhes deu a vida. Árvores despidas serão vistas todos os dias. Cada vez mais e mais. Para que no próximo ano sejam de novo vestidas com vida renovada. O pôr do sol será mais belo, com nuvens no horizonte e onde os poucos e mais fracos raios que nos chegam acentuarão a beleza que a renovação da vida também tem.

 

O Outono não é triste, feio e frio. Basta olhar e perceber que é o contrário: alegre, pela nova vida que foi gerada. Belo, pela panóplia de cores que nos brinda. E quente, porque essas cores nos aquecem a alma. E estando junto a quem amamos, enroscados numa manta e com um copinho de chocolate quente a ver um pôr do sol! Ainda melhor e inesquecivel.

 

 

foto retirada da internet

 

publicado por Alvaro Faustino às 14:56
sinto-me: enroscado
música: Luís Represas - Andorinha de Asa Negra
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