É como eu começo a ver a situação no nosso país. Esta Segunda fui a mais uma despedida de um casal amigo que irá partir para o estrangeiro à procura de uma vida melhor. E a brincar, em menos de 3 meses já é o terceiro que vai, fora o que tem ido no passado. Mas não é só esse o problema, é que esta situação leva a que, cada vez mais, jovens se retirem do país, deixando-o cada vez mais velho. Com esta emigração de cérebros, sim porque mesmo as grandes inteligências do país só conseguem trabalho e ser reconhecidos no estrangeiro, o país fica cada vez mais pobre e velho. Mas também com as vantagens e qualidade de vida que se tem no estrangeiro, se me surgir-se a oportunidade, também eu pegava na minha mulher e partia.
É triste receber um salário médio de 500€ ao fim de um mês de trabalho, quando na Holanda se recebe quase esse valor por semana, ou na França que pagam isso durante 6 meses só para que se aprenda a língua e onde só se trabalham 7 horas diárias. Quando na Suíça se tem direito a tudo e mais alguma coisa para que se fique bem integrado na sociedade, onde na Espanha o salário médio é de 750€ e quase tudo é mais barato do que em Portugal. A própria Grécia já nos passou à frente nessa história dos PIBs e companhia.
Quando vejo o sacrifício que tivemos que fazer (e ainda estamos) aqui em casa, para que a minha esposa tirasse um curso, para que fosse uma mão de obra qualificada, tal como os senhores do governo apregoam, mas agora é obrigada a ficar em casa, pois não se consegue encontrar um trabalho para que possa empregar essa qualificação, é triste e deixa-nos com segundos pensamentos em relação ao caminho que o nosso país leva.
Tanto é assim que decidimos que até ao fim do ano, se ela não encontrar um trabalho que esteja à altura da sua qualificação e eu continuar na mesma situação lá na minha empresa, partiremos sem muitas penas. Afinal, se os nossos amigos e família já estão a fazer isso, já não teremos muito para aqui deixar.