Pelo que me apercebi nas notícias, ultimamente voltaram a falar do famoso projecto de TGV Português. Digo-vos desde já que sou totalmente contra semelhante projecto, uma vez que o nosso país não tem a dimensão geográfico e de densidade que um comboio deste tipo requer.
Agora se me falarem de um projecto de Alta Velocidade no nosso território, aí até poderei estar de acordo. Afinal, não vai há muitos anos, a nossa CP comprou uns comboios chamados Alfa Pendulares e é com esses comboios que Portugal poderá crescer.

Senão vejamos, em relação ao TGV, a sua manutenção é muito mais barata e a sua lotação, não deverá estar lotada nas suas viagens, uma vez que o preço não é muito convidativo. Para o nosso país, este transporte é perfeito, já que também, consegue ter velocidades muito interessantes.

Também em termos de conforto, satisfaz perfeitamente as necessidades de todos. Tal como o nosso Primeiro disse em relação á rede de auto-estradas, que iria ligar todas as capitais de distrito através destas vias, é pena que também não tenha a mesma visão para os caminhos de ferro.
Vários países têm TGV, tais como a Espanha (AVE), França TGV, e Alemanha (ICE). Mas reparem nas suas dimensões. Outros também têm TGV, mas através do uso dos seus vizinhos. Porque embora tenham grandes populações, não têm dimensão para o suportar a 100%, caso da Bélgica e Holanda, que usam o Thalys francês para as ligações a Paris, a Suíça, que usa o TGV francês para as ligações também a Paris e a partir daqui, para toda a rede franco-espanhola. E o ICE alemão, que é usado pela Holanda e Suíça para as ligações a Berlim, a partir de Amesterdão e Zurique, respectivamente.

TGV francês que também é usado nas ligações internacionais para Genebra

ICE alemão que é usado também internacionalmente para Zurique e Amesterdão.

AVE espanhol que poderá ser usado nas ligações Ibéricas.

Thalys usado no eixo de ligação Amesterdão, Roterdão, Bruxelas, Paris e Paris/Londres
Agora ideias precisam-se para o nosso país, não de projectos megalómanos e desmesuradamente complexos e economicamente inseguros para um país que não pode usar este tipo de transporte. Com os Alfas Pendulares a fazerem as ligações ás capitais de distrito, usar os AVE's espanhóis para se fazerem as ligações Ibéricas Lisboa/Badajoz, Porto/Vigo e Faro/Sevilha, com esta última ligação a fazer apenas na época alta de turismo e com um bom programa de propaganda no país vizinho e o restante ser ligado com comboios "normais", para que seja dado acesso ao maior número de ligações e população. Estas ligações TGV só precisariam da construção de 3 troços: de Lisboa/Badajoz com passagem pelo novo aeroporto, que graças a Deus ficará na margem Sul; Porto/Vigo ou a renovação da linha existente; e Faro/Sevilha para as épocas de grande turismo, também com uma possível passagem pelo aeroporto de Faro, uma vez que é usado para as viagens Low Cost nesta época e que poderia ser usado como uma ponte para os turistas usarem nos seus destinos finais entre Faro e Sevilha e vice-versa. Até se poderia usar o próprio aeroporto como uma plataforma para o resto da Europa através destas companhias de aviação.
Usar o projecto TGV para que se crie emprego imediato, é o pior erro, porque depois da obra feita, a criação de emprego é minima, uma vez que este tipo de linhas é automatizado e a sua manutenção, tanto de linhas, como catenárias ou os próprios comboios é um preço muito elevado a pagar.
O crescimento de um país não se mede pela sua rapidez, mas sim, pela pontualidade e eficiência.

exemplo das ligações de Alta Velocidade e Alfa Pendular
Este exemplo foi feito por mim com um mapa retirado da internet, mas como podem ver a ideia até não é má. Usando os Alfas para as ligações de distrito e os Alta Velocidade para as Ibéricas, mais a junção de outro tipo de ligação, tipo regionais para ligar outras cidades importantes, como por exemplo Guimarães, Cascais, Valongo, etc,e o uso dos já existentes, como o caso do metro do Porto e de Lisboa para as ligações suburbanas na sua área metropolitana, ficaríamos a par de outros países europeus que não usam recursos desnecessários para a suas redes de transporte. Países que não usam, embora pudessem suportar os encargos economicos.