Foi com ansiedade que esperei a chegada do momento de lançamento desta obra de Dan Brown. E com rapidez o adquiri e o li de inicio ao fim.
Os primeiros capítulos foram surpreendentemente misteriosos. Foi um dos melhores inícios de um livro que li. O mistério e a surpresa estiveram sempre presentes. Só ao longo da história se foi percebendo aos poucos o que tinha acontecido a Langdon no inicio. Os capítulos do meio do livro foram viagens virtuais a Florença e Veneza. A descrição dos locais é tão real e precisa que parece que nos fazem estar nas praças, ruas, museus e monumentos das cidades, vivendo com os personagens, a história e o mistério.
Durante todo o livro somos levados a crer num desfecho. As várias referências à peste leva-nos a acreditar que algo de sinistro e maléfico foi preparado mas é no fim, nos capítulos finais que nos apercebemos que o mal que julgávamos estar a ser preparado para acabar com a Humanidade, não passa de facto, de uma tentativa de a salvar do auto-colapso. Desta vez Langdon não consegue evitar o cumprimento do plano, mas ao contrário do que nos foi levado a pensar ao longo do livro, este não visa acabar com a Humanidade nem sequer é a doença, tantas vezes referenciado na obra.
Temos depois o factor histórico. Ficamos a conhecer mais um pouco de Dante e da sua obra, A Divina Comédia. As pinturas alusivas a esta obra. As obras de arte e seus reais significados. E que depois da mortandade que foi na Europa devido à peste, nasceram as maiores mentes do Renascimento.
Existe apenas mais um mistério neste livro e este não é revelado. De nome "O Consórcio" na obra, ficamos a conhecer esta empresa real, com escritórios em sete países, que tem como missão o engodo, a mentira e o esconder a quem contratar os seus serviços.
Pontos a favor, como já referi acima, o misterioso inicio com Langdon no hospital e com a médica que o ajuda a fugir dos perigos. As descrições das cidades e locais por onde passa e pequenas referências a Portugal e Holanda, países com que tenho ligação e que me estão no coração. A escrita em si, que nos leva a pensar que um cataclismo global está prestes a rebentar e que afinal... é a salvação futura da Humanidade.
Mas tem pontos contra. As descrições das cidades e locais são bastantes explicitas mas também em demasia e longas, fazendo esfriar o mistério que o livro tem de inicio ao fim.
Como ponto final em relação ao livro "Inferno", só posso dizer que considerei o melhor livro escrito por Dan Brown. E que se Hollywood mantiver a fidelidade nos seus filmes, será sem dúvida a melhor sequela depois de "O Código Da Vinci" e "Anjos e Demónios".
Boas leituras.