Nada melhor do que acabar este livro no Dia da Mãe. Padeira de Aljubarrota leva-nos a uma viagem à Idade Média portuguesa, até à crise de sucessão portuguesa e à batalha final contra Castela em 14 de Agosto de 1385.
Antes de tudo, leva-nos igualmente numa viagem à lenda da Padeira de Aljubarrota. Mais do que um conto, é uma história que coloca um rosto e corpo a esta heroína portuguesa. Dá vida, corpo e alma a uma quase desconhecida mulher da nossa História.
O livro não deixa de ser um romance escrito por Maria João Lopo de Carvalho, mas baseia-se sempre que possível em factos históricos e verídicos desta época.
O romance começa na infância das personagens principais, ainda no tempo de D. Fernando I e de seus amores por D. Leonor Teles e caminha a partir daí entre as intrigas e traições de Reis e Rainhas de Portugal e Castela. Pelo caminho vamos conhecendo os personagens que dão corpo ao romance, entre os quais como é evidente, a própria padeira e demais pessoas que vão aos poucos aparecendo na sua vida. Desde o próprio Mestre de Avis que seria coroado D. João I depois desta crise sucessória, mas também D. Beatriz, Infanta de Portugal, passando por Nun'Alvares, O Santo Condestável, herói nas batalhas contra Castela, entre outros conhecios e desconhecidos na nossa História.
Vamos também nos apercebendo que todos estão de certa forma ligados entre si mas que isso não impede de serem inimigos e amantes, traidores e lutadores por causas diferentes.
Por ponto negativo, considero apenas a pouca substância dada à Batalha de Aljubarrota a 14 de Agosto de 1385. Acho a parte final do romance pouco desenvolvida para aquilo que fomos ansiando desde o inicio, não só por ser um dos acontecimentos históricos mais importantes para o nosso país, mas também e porque isto não se trata apenas de História de Portugal pura, porque também estamos a falar do acontecimento que deu nome e lenda à Padeira de Aljubarrota, que com a sua pá matou sete inimigos castelhanos na pequena aldeia perto de Alcobaça.
Ler este livro é enaltecer a nossa mãe, a nossa esposa, a nossa filha, avó ou tia. É enaltecer a mulher portuguesa, de armas e coração, coragem e amor.
"Ler é viajar, conhecer e sonhar" por Álvaro Faustino.